Do portal da SSP-SP
A Polícia Civil libertou uma comerciante, de 40 anos, do cativeiro e desarticulou a quadrilha de sequestradores, por volta das 3h30 desta sexta-feira (12), na região da Vila Curuçá, zona leste da Capital. Desde o início do ano, dos 20 casos investigados pela Divisão Antissequestro (DAS), do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), esse é o 18º solucionado.
Na última segunda-feira (8), a vítima fechava o mercado em que trabalhava quando foi abordada por dois homens. Os suspeitos, posteriormente identificados como o mecânico F.C.N.V., de 34 anos, e M.M.R., 24, levaram a comerciante até um carro e, junto do servente E.S.O., de 31 anos, disseram que a roubariam e a libertariam nas proximidades do Itaim Paulista.
A vítima entregou R$ 200 que tinha na carteira, mesmo assim, os suspeitos colocaram um capuz nela e a levaram para uma casa. “A comerciante ficou sentada em um colchão olhando para as paredes durante o tempo em que esteve presa. Ela não foi amarrada e não sofreu nenhuma lesão”, disse a diretora do DHPP, Elisabete Ferreira Sato Lei.
Na madrugada da quarta-feira (10), a comerciante foi novamente encapuzada e levada para um novo cativeiro. “Durante o tempo em que esteve presa, os sequestradores fizeram cerca de três ligações por dia para a irmã da vítima”, contou o delegado titular da equipe “E” da 1ª Delegacia da Divisão Antissequestro (DAS) do DHPP, William Eiras Garcia Wong Alves.
O segundo cativeiro era similar ao primeiro. Neste segundo local, quem interagia com a vítima era uma adolescente de 13 anos, sobrinha de F.C.N.V. “A jovem era responsável pela sociabilização com a mulher”, informou a diretora do DHPP. “Ela que levava água, comida e conversava com a vítima”.
Encontro
Policiais civis, depois de intensa investigação, encontraram a casa de M.M.R. Ao perceber a aproximação da equipe, o suspeito tentou fugir, mas foi detido na Rua Tibúrcio de Souza. O homem confessou o sequestro.
Em seguida, os policiais foram até a Viela José Moreira, onde encontraram o mecânico, que havia sido apontado por M.M.R. como um dos sequestradores. Na mesma rua, ao chegarem em uma casa alugada, os policiais foram recebidos a tiros pelo servente.
E.S.O. foi baleado e levado até o Pronto Socorro Santa Marcelina, onde morreu. A arma, um revólver Taurus .38, foi apreendida.
Dentro da residência, os policiais prenderam W.J.O., de 24 anos, o gerente E.R., 46, além da mulher G.A.C., 19. A sobrinha do mecânico também foi apreendida. “Só E.S.O. estava armado, só ele reagiu quando a polícia chegou”, disse o delegado.
Premeditado
De acordo com Alves, a polícia investiga se esse era o único sequestro da quadrilha. “Alguns deles já tinham passagem por roubo, homicídio, porte ilegal de arma e tráfico de drogas, mas extorsão mediante sequestro é a primeira vez”, disse o delegado.
Segundo as apurações dos policiais, o gerente E.R. trabalhou no mesmo mercado, que era de propriedade do pai da vítima, durante nove anos. Porém, 15 anos atrás, foi demitido por desconfiarem que ele praticava furtos.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito foi o responsável por informar a quadrilha sobre os hábitos da família. O gerente também era procurado pela Justiça, por roubo.
A jovem foi encaminhada à Fundação Casa. Os presos responderão por extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha ou bando, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e por corrupção ou facilitar corrupção de menor de 18 anos.
Sequestros em São Paulo
Segundo a diretora do DHPP, dos 20 sequestros que foram investigados pela DAS desde o início do ano, todas as vítimas foram libertadas. “Não há, nesse momento, nenhum refém em cativeiro cujo caso esteja com a Divisão Antissequestro”, disse Sato.
Ainda de acordo com a delegada, cerca de 90% desses casos já foram solucionados, ou seja, com os suspeitos presos. Há duas ocorrências de sequestro em que a investigação segue para identificar e prender os envolvidos. As informações são do portal da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).
[Foto: Divulgação/ SSP]
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